para Carla, e outros anjos...
Sobre o solo, o anjo abateu-se
Em estrondo e explosão.
As asas esmoreceram,
Fragilizou-se o corpo
Que a alma eterna seguiu.
Quando hoje olham o anjo
Vêm os escombros e os restos,
Vêm o rosto entristecido que abandonou as mãos
E o sorriso vencido pelo desastre da queda
Sem culpa, solitária e triste.
Acusam o anjo, de ser humano e anjo...
Temem a fragilidade de serem humanos
Quando olham o anjo...
Tão facil desviar os olhos do que pode espelhar...
Tão fácil abrir caminho por entre a ilusão.
Mas de baixo da pele de anjo
Ergue-se a vontade de dar brilho às asas e
Estende-las de novo, voar...
Por dentro da carne, outras mãos movem-se lentas, subtieis
Há coragem e força no anjo!
Quando olho o anjo assim abatido,
Percebo-lhe o voo a nascer
Como passos frageis, ensaiados, de criança
E o sorriso de cansaço a substituir-se pelo dos herois,
Que só o sabem ser erguendo-se a si proprios do solo.
by Ar 18 de Julho, 05
Sem comentários:
Enviar um comentário