Estilhaço o espelho
Soco oco na imagem reflectida
Contra o fogo das lâminas aguçadas.
Atiro o corpo, destrutiva
Carrasca de mim propria e todos os sinais
Assassina da alma
Por entre os escombros férreos.
E agora...
Esta respiração parece-me inutilidade
Esta continuação de pele desprotege-me.
Quero-me por baixo do que me separa da vida
As veias, os tecidos sangrentos e o sangue quente
Simbolos de viada ainda em ser morto!
Conto comprimidos
Deixo-os alinhados sobre a cama
A imagem à mão, no fundo da mente.
O meu pensamento segura a adaga redentora sobre os pulsos.
Abro veias em auência de movimentos.
Tudo quanto me rodeia, fere-me!
A meio da noite quando me acham finjo dormir.
Os sessenta comprimidos letais de Al Berto
são a única ideia que me salva.
Amanhece
Esta noite esquece-se de acabar
Trás-me nocturna com ela
Exilada, abandonada por mim
Atira-me ao ar rodopiante
Afoga-me nas ondas violentas do mar.
Persegue-me
O corpo, os ossos, as visceras
E só então percebo que lhe pertenço...
Luto o escarnio e o ódio.
Estou em revolta
Travo batalhas, imovel.
Se me vires dormir ao anoitecer
Por favor não me acordes...
É longa a batalha quando preenchida de ausência!
by Ar, 29 de Março, 05
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