quinta-feira, 19 de maio de 2005

Insustentabilidade

Letras, palavras, mergulhos
sonhos desfeitos, sem parto
ausencia de constelações.
Na alma a cedencia eterna.
Onde encontra?
Tudo quanto parte
por dentro do ser
fragmentos
estilhaços despedaçados
onde se fere a pele na lentidão.

Insustentabilidade politica do ser
"Deixa, não faz mal..."
que mentira tão grande
uma humanidade atraiçoada
um Cristo desfeito
"Deixa, não faz mal..."

Todos os dias quebro
Todos os dias parto
Todos
Todos os dias falho
Não mais
Um minuto só, uma ilusão.

Morri
Morri instavel, perdurando a vida
Morri de respiro facil e eterno
- Maldito oxigenio vital!
Tudo quebrado tudo desfeito
Tudo amado
Para perdido depois
Disposto em traição sobre a mesa
Recuso
Comer o manjar dos cães
Recuso
Ser o manjar dos cães!

Onde?
Um pequeno espaço
Uma forma util de sombra e murmurio
Onde uma paz!?
Quando desfeita a carne, percebo
Tudo quanto foi real, pereceu
Tudo quanto foi dado, retirado depois
Tudo quanto...


Nada
Miséria apenas
Um mundo cheio
Feito de miséria apenas
Do escarnio das iris
Brilhantes na escuridão do segredo cinico

Que falhe a voz a quem teve coração!
Que falhe a memoria a quem foi alma!
- De certo que merecem...
Ser indecente no principio dos tempos
Ser inconsciente como uma lua mal-humorada
Que faz o mar galgar sobre quem matou.

No fim da noite - melhor fechar os olhos -
É dia já - melhor fechar os olhos -
Derramar lentamente o corpo
Sobre a cova eterna
Mãe...
Terra criadora de todos
Retornar ao Teu ventre
Redescobrir que me amas ainda.

by Ar, 12 de Maio, 05

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